sábado, 31 de maio de 2008

NOVO CICLO DA REVISTA MALASARTES

O número 14 saiu há já muito tempo, precisamente em Dezembro de 2004. Os constrangimentos financeiros eram muitos e a edição da revista ficou comprometida. Finalmente, a Porto Editora agarrou o projecto, adoptou a revista e, aí está o número 15 da malasartes. Tão bonita como sempre, mais cheiinha pois corresponde a dois números das anteriores e com a informação e rigor a que habituou o seu leitor. De novo, e para citar José António Gomes, no editorial, “é reforçada a vertente científica da publicação, que deixa, assim, de ser apenas uma revista de divulgação e crítica, para passar a ser uma revista científica em que a crítica também tem lugar…”.
“É uma pérola no meio das guerras editoriais que se vivem neste momento em Portugal”: a revista foi assim definida por um dos oradores, no “Encontro sobre Literatura e Ilustração para a Infância”, promovido pela Porto Editora, nas suas instalações, nos dias 30 e 31 de Maio.
José António Gomes, o director de malasartes, deixou bem claro, ao longo do encontro, que a revista só pode sobreviver se tiver um número considerável de assinaturas e não gostaria que tivesse o mesmo destino da revista Orpheu, cujo período de vida foi muito curto; seria preferível se se aproximasse, pelo menos, da Presença que contou com 54 números até à sua extinção, em 1940.
Na minha opinião de leitora assídua, perder definitivamente a malasartes seria catastrófico. Esta revista é a maior referência portuguesa para quem quer conhecer e divulgar a literatura infanto-juvenil. Quem quer formar leitores tem de ser um grande leitor, conhecer obras e autores e falar deles com conhecimento, espírito crítico e entrega. Não se pode dizer a uma criança/jovem para ler um livro se não se sabe o que ele tem para oferecer. Muito menos é possível aconselhar títulos ou autores que não se conhecem. É por isso que a leitura de malasartes é indispensável para os mediadores da leitura. Nela vão ficar a conhecer obras novas e novos escritores e ilustradores; nela vão revisitar os clássicos que não devem, de maneira nenhuma, ficar na estante e dela deveriam sair mais vezes; nela vão encontrar recensões de grande qualidade, escritas por especialistas na área da literatura infantil e juvenil; nela vão ler textos em português e galego sobre o panorama editorial luso-galaico. Tudo embrulhado num rigoroso cuidado gráfico, de estética irrepreensível.
Para se proceder à assinatura da revista, deve-se contactar para: malasartes@portoeditora.pt
Durante o encontro, na presença de escritores e uma grande quantidade de novos ilustradores, foram apresentadas duas colecções (mais duas pérolas):


Oficina dos Sonhos – Clássicos, da qual faz parte o novíssimo livro POESIA DE FERNANDO PESSOA PARA TODOS, com selecção e organização de José António Gomes e belíssimas ilustrações (são também poesia) de António Modesto;
Oficina dos sonhos – autores portugueses, que inclui o último livro de João Paulo Seara Cardoso (também apresentado pelo autor durante o encontro) O SENHOR…, ilustrado por Luix.

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